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Médico Veterinário (UFRRJ-1964). MS em Microbiologia (UFRRJ, 1971) e PhD em Sanidade Animal (UFRRJ, 1997). Produziu cerca de 150 trabalhos científicos: os primeiros relatos sobre Cryptococose felina; primeiros isolamentos do Pithyum insidiosum de equinos; Nefropatia micotóxica suína, Aflatoxicose em suínos; anticorpos monoclonais anti aflatoxina e citrinina e estudos experimentais sobre citrinina em suínos. Prêmio de Pesquisa Avícola “Prof. José Maria Lamas da Silva” “Comenda do Mérito Veterinário” Instituto de Veterinária da UFRRJ; Honra ao Mérito Veterinário CRMV-RJ e Professor Emérito da UFRRJ. Presidente da Sociedade Latinoamericana de Micotoxicologia, Presidiu o I Congresso Latinoamericano de Micotoxicologia, RJ. Implantou o Centro de Micologia e Micotoxicologia e o Curso de Mestrado em Microbiologia Veterinária da UFRRJ. Autor dos livros: “Micotoxicologia: perspectiva Latino-americana” e “Micologia Veterinária” Na UFRRJ foi Professor Titular de Micologia e Micotoxicologia. Atualmente é Professor Titular da Universidade Estácio de Sá, responsável pela disciplina de Micologia Veterinária.

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quarta-feira, 16 de abril de 2014

O milagre da multiplicação 
segundo os micologistas.

Taxonomia dos fungos, 
um problema de ego?

      Os micologistas são, certamente, excelentes ilusionistas. Com uma facilidade incrível, eles conseguem duplicar o número de espécies conhecidas de fungos sem que os interessados (fungos) tomem conhecimento. 
    Incrível!   
    Como pode um único fungo se transformar em dois? 
    Como isto é possível?
    O fato é que nossos colegas micologistas  descobriram que poderiam, sem muita dificuldade, ter seus nomes citados "ad eternum" simplesmente criando espécies novas ao fazer a subdivisão de uma espécie em duas. Eles fazem melhor ainda do que criar simplesmente uma espécie nova, eles a colocam em  um outro gênero bem diferente, burocratizando o sistema taxonômico de todo um Reino. 
     Claro que toda esta questão tem uma associação com  a vida sexual íntima dos inocentes fungos. Como se fosse uma coisa proibida por Deus, toda vez que um fungo é descoberto fazendo a sua reprodução sexuada, esta sua característica (que deveria ser particular) é utilizada pelos taxonomistas para a criação de uma nova espécie. A espécie original certamente será mantida do jeito que ela sempre foi, mas não terá o direito de ostentar o seu caráter sexual que fora tão bem guardado, mas que foi, enfim, descoberto. 
   Deve ser muito duro ser fungo em uma terra de homens vaidosos e preconceituosos!

    Os fungos, como todos os outros seres vivos, devem ter um único nome para indicar qualquer fase de sua vida sexuada e assexuada, não importa. 
Vocês não acham?
    Por que um nome específico para quando ele está a fazer sexo e outro para quando ele não está a fazê-lo?
    Em analogia, seria o mesmo se propuséssemos dois nomes para estes seres humanos taxonomistas da Micologia: "Homo sapiens" para quando estivessem na cama a fazer sexo e "Homo idiotus" para quando estivessem fazendo outra coisa qualquer.
Por atitudes como estas, infelizmente adotadas pelos micologistas do mundo inteiro, motivados, quem sabe, talvez por desejarem entrar para a galeria dos eternos, é que a taxonomia micológica tornou-se confusa e cada dia mais difícil de ser colocada dentro de parâmetros lógicos e compreensíveis. Afinal, não existem classes ou famílias e nem qualquer outro tipo de organização entre os seres vivos. Há, na verdade, uma interrelação entre todos os seres vivos, não existindo linhas delimitatórias definidas entre eles. Todas as classificações são feitas com base nos conhecimentos que o homem colecionou sobre os diversos grupamentos. Desta maneira, as classificações dos fungos, como todas as classificações, foram preparadas pelo homem para dar uma certa ordem aos seus conhecimentos sobre eles. 
    Só isso. 
    Porque novos conhecimentos estão constantemente sendo adquiridos, as classificações estarão frequentemente sendo modificadas. O que é natural e desejável.
    Infelizmente, ao contrário de outros ramos da Biologia, ainda não ocorreu na Micologia uma tentativa para unificação dos diversos sistemas de classificação, o que tem levado a algumas confusões. Dois critérios principais são considerados para a classificação dos fungos: o morfológico para os fungos filamentosos e o nutricional para os unicelulares. Os maiores problemas ocorrem no primeiro grupo, pois, muitas vezes, as diferenças entre espécies e mesmo entre gêneros, são baseadas em pequenos e tênues detalhes. Desta maneira, foi criado um imenso número de gêneros e espécies, tornando extremamente difícil organizar um sistema único de classificação. Quando se sabe que variações morfológicas podem ocorrer pela influência das condições de cultivo, tais como a composição do meio de cultivo, temperatura de incubação, umidade, pH, pressão osmótica do meio etc, uma revisão criteriosa precisa ser feita a fim de serem estabelecidos critérios mais rígidos e simplificados para a classificaçãQual é a sua opiniãoo. Além disto, será muito importante fazer, com base nestes critérios, uma revisão em todas as famílias, gênero e espécies procurando reduzi-las ao máximo possível.

    Gostaríamos de salientar que, para nós, um fungo deve ter tão somente um nome, nada mais do que um nome, devendo constar de sua descrição todas as suas características como é norma corrente em todos os outros ramos da Biologia.
Dê sua opinião. 
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